Resenha Biográfica
Sumário das Entrevistas
Ficha Técnica

 



 

 

 

Resenha Biográfica

Ciro de Quadros nasceu em 1940, em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, onde fez seus estudos primários. Ingressou na Escola Católica de Medicina da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre, em 1961. Durante a graduação, teve contato com doenças causadas pela pobreza, o que despertou seu interesse pela epidemiologia. Ao se formar, veio para o Rio de Janeiro e foi contratado pela Fundação SESP para trabalhar em Pernambuco e posteriormente no Pará. Voltou para o Rio de Janeiro afim de fazer especialização na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).

Ao terminar o curso, assessorou a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná na formação de um núcleo epidemiológico em nível estadual. Nesse período, o diretor mundial da campanha contra a varíola, Donald Henderson, visitou o Brasil e foi conhecer a experiência do Paraná, onde se trabalhava com vigilância e bloqueio, que era uma estratégia diferente na erradicação da doença. Algum tempo depois, foi convidado pelo próprio Donald Henderson para trabalhar na campanha da varíola na Etiópia. Em 1970, Ciro de Quadros partiu para a Etiópia e considera uma grande experiência profissional e de vida os oito anos que lá permaneceu.

Ao sair da Etiópia, foi para Genebra participar da organização mundial do Programa Ampliado de Imunizações (PAI), mas logo lhe foi sugerido que fosse trabalhar na OPAS, em Washington, pois ficaria mais próximo do Brasil. Foi assim que Ciro de Quadros assumiu a tarefa de estruturar o PAI na OPAS e, até dezembro de 2002, foi o diretor da Divisão de Vacinas e Imunizações da OPAS, com a responsabilidade de, entre outras coisas, assessorar os países-membros da entidade na implementação de políticas e estratégias de vacinação. Liderou os esforços para a erradicação da poliomielite do continente americano por meio de um comitê formado por representantes da OPAS, Unicef, Usaid, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Rotar y Club Internacional. Desligou-se da OPAS em 2002 e assumiu a direção do Programa Internacional de Vacinas do Instituto Sabin.

 

 

 

 

Sumário das Entrevistas

Fita 1 Lado A

Comentários acerca da infância em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul;a formação escolar científica em Porto Alegre;o estudo na Escola Católica de Medicina da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre;o interesse pela Saúde Pública e a visita à ENSP no Rio de Janeiro;as recomendações dos professores da ENSP para praticar saúde pública;a possibilidade de trabalho na Fundação SESP; comentários sobre as motivações para trabalhar com Saúde Pública na Escola de Medicina;a contratação pela Fundação SESP;breve menção ao trabalho como chefe da Unidade Sanitária de Altamira, no Pará;referência ao estágio em Pernambuco;considerações sobre o trabalho em Altamira durante o período militar;comentários sobre Altamira: o vice-prefeito, João Pezinho, a atividade de mobilização da comunidade e a formação de associações de moradores; menção aos indígenas na região de Altamira e Santarém;comentários sobre o curso de saúde pública no Rio de Janeiro;comentários sobre o projeto do Centro de Investigação Epidemiológica e o modelo de sistema de vigilância epidemiológica;comentários sobre a infra-estrutura de saúde pública da Fundação SESP;comentários sobre a criação da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde (SNABS);o trabalho no Centro de Investigação Epidemiológica;a criação de um boletim epidemiológico no Paraná;comentários sobre Arnaldo Buzato;a mudança de ministro e o fim do Centro Epidemiológico;o trabalho na ENSP;comentários sobre a visita de Donald Henderson ao Paraná;comentários sobre a estratégia de vigilância e bloqueio no combate à varíola, no Paraná;o convite para trabalhar no combate à varíola na Etiópia;comentários sobre o trabalho na Etiópia:a conjuntura histórica e política, a resistência da população à vacinação e à medicina ocidental.

Fita 1 Lado B

Continuação dos comentários sobre o trabalho para erradicar a varíola na Etiópia;considerações sobre os últimos casos de varíola na Etiópia;o último caso de varíola do mundo, na Somália;o convite para ajudar na organização do PAI;comentários sobre a origem do PAI;considerações sobre a organização do PAI e sua política de vacinações;o enfoque da OPAS em vigilância epidemiológica;comentários sobre o início do trabalho de João Baptista Risi Júnior no combate à poliomielite no Brasil;a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI); comentário sobre as divergências entre a Fundação SESP e o Ministério da Saúde;considerações sobre a Campanha de Vacinação contra a Meningite, em 1975; o surgimento das Campanhas Nacionais de Vacinação contra a Poliomielite;comentários sobre Albert Sabin e a relação com João Baptista Risi Júnior;menção a Jacques Noel Manceau;considerações sobre o Instituto Mérieux e seu trabalho com medicina preventiva;considerações sobre a produção de vacina para os programas da OMS e da OPAS;comentário sobre as relações entre o PAI e o PNI; a capacitação de profissionais de saúde para atuar no combate a doenças;o intercâmbio de profissionais entre o PAI e a OPAS;considerações sobre o início do PAI no Brasil;continuação das reflexões sobre a relação entre PNI e PAI;considerações sobre a relação do PAI com os programas de vacinação de âmbito nacional;comentários sobre a posição da OPAS em relação à febre amarela.

Fita 2 Lado A

Comentários sobre a questão do combate ao aedes aegipty e à febre amarela; referência às tentativas de controle do aedes aegipty; a questão da centralização e descentralização das políticas de saúde nacionais;o papel dos programas de vacinação nas políticas de saúde;a criação dos Dias Nacionais de Vacinação em Cuba;a implementação do Dia Nacional de Vacinação em outros países e a importância das condições históricas e políticas;a periodicidade recente das campanhas de vacinação em Cuba;o dilema da vacinação em centros de saúde ou as campanhas nacionais;comentários sobre o papel das campanhas para o sistema de saúde e para erradicação de outras doenças;exemplos estatísticos de políticas de controle de doenças;considerações sobre a natureza de imunização das vacinas;referência à mutação dos vírus das vacinas:o caso da República Dominicana;consideração sobre os benefícios da imunização;a alternativa e as implicações de substituir a Sabin pela vacina Salk;sua participação em reuniões científicas de estruturação de campanhas;referência às observações de Albert Sabin sobre a vacina contra a pólio;considerações sobre o caso da República Dominicana;suas pesquisas de seqüenciamento genético dos vírus no Egito entre 1983 e 1993;referência a outras pesquisas na China;sua experiência em pesquisas de seqüenciamento genético do vírus da pólio nas Américas entre 1991 e 2000; considerações sobre a baixa cobertura da vacina oral no Nordeste do Brasil e na África;relato sobre a virulência nos Estados Unidos;digressão sobre a historicidade do conhecimento científico;consideração sobre as mudanças decorrentes dos casos da República Dominicana e a repercussão na profilaxia da febre amarela;referência ao depoimento de Frederick C. Robbins;considerações sobre as campanhas de erradicação da pólio nas Américas nos anos 70 e 80;sobre a atuação de Donald Henderson nas campanhas;sua ida a Baltimore para encontrar Donald Henderson;longo relato sobre a situação epidemiológica nas Américas; considerações sobre Carlyle Guerra de Macedo;referência a James Grant na direção do Unicef;as propostas do Unicef e da OMS;novo comentário sobre o papel de James Grant;a atuação da OPAS; referência à opinião de Carlyle Guerra de Macedo sobre a erradicação da pólio; seu retorno a Baltimore para contactar Donald Henderson.

Fita 2 Lado B

Referências ao pesquisador mexicano Jesús Kumate e a Bill Phaton, membros do CDC;sua viagem com Albert Sabin a Salvador;seu retorno a Washington; comentários sobre a palestra do diretor da OPAS;as experiências sul-americana e cubana de erradicação da pólio;a constituição dos grupos da OPAS;sua experiência no Grupo Técnico Assessor; referência à reunião de Foz do Iguaçu durante as comemorações do centenário da Fiocruz;a criação do Comitê de Coordenação Interagencial (CCI);referência à atuação das agências bilaterais; considerações sobre a entrada do Banco Interamericano, do AID e do Rotary Internacional na campanha de erradicação da pólio;relato sobre os recursos investidos pelos países nas campanhas de erradicação da pólio;digressão sobre a contabilidade dos programas nacionais de vacinação;comentário sobre a Aliança Global de Vacinas, a Global Alliance for Vaccine Immunization (GAVI);comentários sobre a criação de comitês interagenciais e cursos na África e na Ásia; a polêmica da erradicação da pólio entre as instituições envolvidas;a questão do reforço aos programas nacionais de vacinas;breves considerações sobre:Carl Taylor, Hésio Cordeiro, o presidente da Academia de Medicina da Colômbia e Fernando Laender;comentários sobre o relatório da Comissão Taylor ( The Taylor Commission );a opção pela erradicação da pólio em detrimento do sarampo; referência à erradicação do sarampo;a atuação da Fundação Gates contra os hemófilos e a hepatite;suas reuniões em Otawa e na Cruz Vermelha;a criação do Fundo Rotatório, em 1979, e sua finalidade;comentário sobre patentes de medicamentos;as críticas do Banco Interamericano e do Banco Mundial ao Fundo Rotatório;a tentativa de destruição do Fundo pela GAVI;comentários sobre a relação do Brasil com o Fundo Rotatório.

Fita 3 Lado A

Comentários sobre a auto-suficiência regional dos produtores públicos de vacinas;breve relato sobre a competição entre o Instituto Butantã e a Fiocruz;considerações sobre a existência de programas de imunobiológicos desde os anos 70;a comparação com países sul-americanos; referência ao acordo da Smith-Klein com a Fiocruz para a vacina dos hemófilos;digressão sobre a proposta do Sistema Regional de Vacinas (SIREVA);sua experiência na diretoria do PAI;referências ao uruguaio-canadense José Luis di Fábio e à peruana Gina Tambini, coordenadores de divisões do PAI.

 

 

 

 

Ficha Técnica

Entrevista: Dilene Raimundo do Nascimento, Eduardo Maranhão, Laurinda Rosa Maciel, Nísia Trindade, Jaime Benchimol e Carlos Fidélis da Ponte
Transcrição: Marcello Cappucci Frisoni
Conferência de Fidelidade: Ives Mauro Junior
Sumário: Daiana Crús Chagas e Dilene Raimundo do Nascimento
Resenha Biográfica: Dilene Raimundo do Nascimento
Número de Fitas: 3
Tempo de Gravação: 2h10min
Local: Rio de Janeiro, RJ
Data: 12/3/2001