Resenha Biográfica
Sumário das Entrevistas
Ficha Técnica

 



 

 

 

Resenha Biográfica

Cláudio Marcos da Silveira nasceu em Porto Alegre, em maio de 1936. Em 1967 se formou em medicina na Fundação de Ciências Médicas de Porto Alegre e fez Residência em Psiquiatria no Hospital São Pedro, em Porto Alegre, mas encantou-se pela epidemiologia e começou a trabalhar com pesquisas em varíola. Em 1969 prestou concurso para médico epidemiologista da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente (SSMA)do Estado do Rio Grande do Sul, onde trabalhou até 1975, na Unidade de Controle Epidemiológico, no Programa de Erradicação da Varíola.

Fez pós-graduação em Saúde Pública na Universidade de São Paulo, tornou-se médico sanitarista e ali teve os primeiros contatos com a poliomielite, área de sua especialização. Entre 1975 e 1978, dirigiu o Instituto de Pesquisas Biológicas (IPB), ligado à SSMA, e fez parte do grupo que apoiou firmemente a vacinação contra a poliomielite e a vigilância epidemiológica. Nesse período, iniciou sua experiência como consultor da OPAS e OMS em países da América Latina, em Bangladesh e na Somália, pelo Programa de Erradicação da Varíola. Na década de 1980, cursou o Mestrado em Ciências Biológicas, trabalhou no Programa de Controle da Malária na Amazônia e foi secretário municipal de Saúde e Serviço Social de Porto Alegre.

Desenvolveu atividades de apoio ao PAI no Peru e nos Estados Unidos e foi consultor externo junto ao programa de Erradicação da Poliomielite na Índia, em 1999. Entre 2001 e 2002, foi consultor pela OPAS para auxiliar os países da América Latina na elaboração de um Plano de Ação para Contenção (confinamento)Laboratorial do Poliovírus. Em 2003, foi contratado pela OMS para realizar a revisão de dados clínicos e epidemiológicos na América Latina e no Caribe, visando determinar a segurança clínica relativa aos diferentes esforços vacinais da caxumba. Uma de suas mais recentes atividades foi a de consultor da OPAS para avaliação do Programa de Imunizações no México e em Cuba.

 

 

 

 

Sumário das Entrevistas

Fita 1 Lado A

Comentários sobre origem familiar e escolha profissional;a infância na periferia de Porto Alegre;a graduação em medicina nos anos 60 e o momento político;a experiência de residência em psiquiatria no Hospital Psiquiátrico São Pedro e comentários sobre as formas de tratamento aos internos;a mudança da atuação profissional para a pesquisa e tratamento da varíola;referência a Paulo de Oliveira Chaves;os convênios entre a Secretaria de Saúde Pública e a Fundação SESP; menção à FUNASA;referência a Airton Fischmann, Clóvis Tigre, Marlo Libel, Roberto Becker e José Fiúza Lima;seus trabalhos no programa de erradicação da varíola da SSMA;considerações sobre a estrutura da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente em unidades;breve relato sobre a Unidade Sanitária de São José do Murial;reflexões sobre a medicina preventiva às epidemias e as instituições pioneiras;o convênio das universidades com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul;reflexões sobre vigilância sanitária;referência a César Vickman, Donald Henderson, Alexander Langmuir e Nelson de Moraes;o planejamento na Secretaria de Saúde Pública;referência a Paulo Chaves;os estudantes adeptos da idéia de vigilância sanitária;opinião sobre a origem da idéia de erradicação da pólio no Rio Grande do Sul;as relações entre OMS e OPAS;as negociações na Reunião de Genebra;menção a Ciro de Quadros e Carlyle Guerra de Macedo;as outras frentes de erradicação de doenças; as relações diplomáticas e a questão da erradicação de doenças;seu trabalho de vigilância epidemiológica para erradicação da varíola pela Secretaria Estadual de Saúde;reflexões sobre a questão salarial dos médicos;retomada sobre sua atuação na Secretaria Estadual de Saúde; breves considerações sobre os créditos do trabalho de pesquisa e prevenção da varíola;referência a Hermann Schatzmayr e ao vacinador Barreto, contratado para a Campanha;o contato com as comunidades e os municípios gaúchos.

Fita 1 Lado B

Sobre o curso de pós-graduação, a opção pela USP e a meta dos estudos em saúde pública;referência a Nelson de Moraes e Paulo Chaves;os transtornos enfrentados na pós-graduação;referência a Emílio Ribas;os primeiros contatos com a pólio em São Paulo e sua especialização neste tema;o retorno ao Rio Grande do Sul e o trabalho de combate à pólio; menção a Frederick Robbins e Antônio Hernani Carvalho;considerações sobre as pesquisas em vigilância sanitária;breves explanações sobre a história da Saúde Pública no Rio Grande do Sul;o uso da vacina Salk;as pesquisas no Instituto de Pesquisas Biológicas (IPB);menção a Anita Monteiro;breve consideração sobre os casos de poliomielite no Rio Grande do Sul de 1960 a 1984, ano a ano;retomada dos relatos sobre sua atuação nos anos 60;a notificação da pólio; referência a Germano Bonow;o convite para participar da avaliação para certificação da erradicação da varíola nas Américas nos anos 70;sobre a importância de se fazer campanhas;referência a Jair Soares;a saída de Paulo Chaves do grupo de pesquisa;o início do trabalho em Instância Velha;referência a Baldur Shubert;o fornecimento das vacinas pelo Estado;a atenção voltada à vacinação de Porto Alegre e sua intensificação em todo o estado nos anos 70;a participação e a mobilização das comunidades.

Fita 2 Lado A

Comentários sobre a experiência com o trabalho em comunidades e a queda do número de casos de poliomielite no início dos anos 70;critério do isolamento do vírus da pólio;a epidemia de meningite em Caxias do Sul e a censura aos jornais;reflexões sobre as políticas públicas efetivadas em relação à pólio e à meningite;comparação das campanhas de vacinação da poliomielite com uma festa popular;a importância da vigilância epidemiológica;o papel da OMS e a precursora experiência brasileira;os investimentos do Banco Mundial;menção à epidemia de meningite de 1974 em São Paulo e Caxias do Sul;referência a Edmundo Juarez;sua saída da Vigilância Sanitária para o IPB e a atuação naquele Instituto;referência a Jandir Maia Failace e Jair Soares;a atuação do Laboratório Central (LACEN);referência a Newton Neves da Silva;comentários sobre seu trabalho na Somália, Bangladesh e América Latina;o conceito dos latino-americanos na OPAS;referência a Nilton Art; sua estada nos Estados Unidos;reflexões sobre as querelas entre pesquisadores estrangeiros e brasileiros;comparação da situação social de Bangladesh e Somália; retomada de comentários sobre o IPB;a vigilância sanitária para a lepra, tuberculose, sarampo, pólio e raiva;referência a Paulo de Almeida Machado e Celso Brandão;as campanhas de atenção à meningite;a questão do positivismo na prática médica;observações sobre a gestão centralizadora de alguns médicos; a questão da qualificação profissional;a busca de apoio na Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ) e na Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS);a Sociedade de Microbiologia;referência a Fernando Faraco;considerações sobre a gestão do IPB.

Fita 2 Lado B

A mudança da gestão no IPB e o crescimento da virologia e microbiologia na instituição;breve consideração sobre a pós-graduação;longo relato sobre a experiência no Centro de Informação Toxicológica e seu funcionamento;a disseminação de centros toxicológicos por meio da Fiocruz;sua justificativa para estudar fisiologia;comentários sobre a Secretaria Estadual de Saúde e o INPS; referência a Jair Soares;as relações do grupo de pesquisadores da pólio e da vigilância sanitária através da Secretaria Estadual de Saúde;referência a Mário Machado de Lemos;o aproveitamento da estrutura de combate à varíola para o combate à poliomielite;comentários sobre a Vigilância Epidemiológica e a Fundação SESP;referência a Aldo Villas Boas e Paulo Chaves e a atuação com o entrevistado nos Dias Nacionais de Vacinação nos anos 80;referências a Mozart de Abreu e Lima, Roberto Becker e José Fiúza Lima;o Fundo Rotatório; a preocupação com doenças transmissíveis, especialmente o sarampo;comentários sobre a Argentina;a ida de José Fiúza Lima para a SUCAM.

Fita 3 Lado A

Considerações sobre a atuação de José Fiúza Lima na SUCAM;o surto epidêmico de malária;referência a Diana e Donald Soyer;o grupo de pesquisadores para a erradicação da malária;o apoio do grupo Rockefeller;o plano de erradicação da transmissão do poliovírus selvagem nos anos 80;longo comentário sobre os interesses político-partidários dos anos 80 e a questão da saúde;o papel dos agentes comunitários;a relação do Governo do Rio Grande do Sul com o Ministério da Saúde;seu retorno para a Unidade de Vigilância Epidemiológica do Estado;o início de suas atividades na OPAS com o tétano neonatal e a ida para Brasília nos anos 80;retomada do seu papel na Unidade de Vigilância Epidemiológica;comentários sobre seu trabalho com o câncer no Hospital São Pedro;menção a sua atuação como Secretário de Saúde do Estado.

Fita 3 Lado B

Considerações sobre a mudança do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, com o Partido dos Trabalhadores, alterando a política de saúde;referência a Roberto Santos e Milton Menezes;sua opinião sobre a aprovação da Resolução da OMS pela eliminação do tétano neonatal nos anos 80;discussões sobre epidemias na América do Sul e políticas públicas;o combate da pólio no Nordeste;o Programa Polio Erradication Surveillance System (PESS);a atuação do SINAN;referência a Fausto Magalhães da Silveira e a importância do guarda sanitário.

Fita 4 Lado A

Considerações sobre a utilização de duas amostras de exame de fezes para detecção da pólio;apresentação do “Boletim Semanal da Pólio ” e explicação do seu conteúdo;os índices de incidência do poliovírus vacinal em países como República Dominicana, Bolívia e Paraguai; menção ao Caribbean Epidemiolog y Centre (Carec);referência ao Instituto Evandro Chagas, da Fiocruz, e ao Instituto de Nutrição de Centro-América e Panamá; menção ao trabalho dos laboratórios na América do Sul;apresentação dos índices do Chile no “Boletim Semanal da Pólio ”;comentário sobre a reunião da Comissão Internacional de Certificação da Poliomielite;considerações sobre o trabalho de vigilância do GT-Pólio e o exemplo do Recife;considerações a respeito do controle de qualidade das fichas utilizadas para as informações sobre a pólio;a questão da municipalização/descentralização dos serviços realizados pelo GT-Pólio;considerações sobre a relevância das informações contidas no “Boletim Semanal da Pólio ”;reflexões sobre a centralização dos serviços de vigilância de poliomielite;novas considerações sobre as informações contidas no “Boletim Semanal da Pólio ”, especialmente dos países na América Latina;comentários sobre as modificações sofridas pelo vírus e a ineficácia da vacina;considerações sobre a eficácia da vacina antipólio; o trabalho na Índia, financiado pelo governo da Dinamarca;novas considerações sobre os dados contidos no “Boletim Semanal da Pólio ”;comentários sobre os casos de poliovírus na Índia e as dificuldades encontradas pelo Programa de Pólio;a Operação Limpeza.

Fita 4 Lado B

Continuação dos comentários sobre a Operação Limpeza e as Campanhas de Vacinação;considerações sobre os últimos casos de pólio no Brasil e o caso não acusado de São Paulo;menção ao caso de pólio detectado em Brasília em 1988; a importância da vigilância epidemiológica com o vírus da pólio;considerações sobre a definição de doença como uma questão de Saúde Pública;comentários sobre as vacinas oral e injetável para a pólio e a BCG;as deficiências da vacina injetável e os riscos de acidentes;a viabilidade de utilização das duas vacinas concomitantemente;a vacina monovalente; continuação das considerações sobre a doença como questão de Saúde Pública; breve menção à estimativa de erradicação mundial para 2005;a perspectiva de erradicação do sarampo desde 1974;a epidemia de sarampo de 1989/1990 nas Américas e o plano para erradicação da doença com as estratégias de vacinação; considerações sobre a lógica de erradicação do sarampo baseada na prevenção e seu histórico de ocorrências;as formas de contágio e a imunização natural;comentário sobre anticorpos maternos e a resistência imunológica de bebês à vacina contra sarampo;a criação de uma barreira imunológica contra o sarampo por meio da dupla vacinação e o papel do Brasil no início da mobilização para a erradicação do sarampo nas Américas.

Fita 5 Lado A

Comentários sobre os níveis de erradicação de doenças em Cuba;o papel de Ciro de Quadros e Carlyle Guerra de Macedo na decisão de erradicar o sarampo no Brasil;sobre a epidemia de sarampo de 1987, em São Paulo, e a expansão do processo iniciado nesse estado para todo o Brasil com a Campanha de Vacinação de 1992;considerações sobre a conjuntura do sarampo nas Américas quando houve a decisão pela erradicação;comentário sobre o único caso de sarampo no Brasil em 2001 e as providências tomadas para seu controle;a relação entre a rede particular de saúde e a notificação das doenças em vias de erradicação, como o sarampo;sobre o estudo de doenças infectocontagiosas nas faculdades brasileiras;a transferência da Fundação SESP para o Ministério da Saúde;menção à propaganda publicitária realizada sobre a erradicação da poliomielite;considerações sobre a importância do projeto sobre a memória da erradicação da poliomielite;comentário sobre o desmantelamento da biblioteca do IPB;a suspensão da vacinação em 1977, em função da epidemia de meningite;a satisfação do trabalho com Saúde Pública;referência a Jacques Noel Manceau;comentários sobre Albert Sabin e sua atuação no processo de erradicação da poliomielite no Brasil;referência à reunião de Certificação da Erradicação da Poliomielite no Brasil e à presença da senhora Sabin;comentário sobre a pesquisa desenvolvida por Albert Sabin para a seqüela de pólio e as considerações de Jacques Noel Manceau e Maria Eunice Pinto;breve menção à repercussão que esta análise resultou no Ministério da Saúde;as ligações familiares e afetivas de Albert Sabin no Brasil;novos comentários sobre as conseqüências do veto do Ministério da Saúde à pesquisa proposta por Albert Sabin;a relação entre poder público e imprensa.

Fita 5 Lado B

Comentário sobre a visita de Albert Sabin ao Brasil para retratar-se com o ministro da Saúde Waldir Arcoverde;menção à imposição, por Adolpho Bloch, da presença de Albert Sabin na divulgação da Campanha de Vacinação contra Pólio;considerações sobre a personalidade de Albert Sabin e sua atuação na campanha pela erradicação da pólio;as impressões pessoais acerca de Albert Sabin; comentário sobre Heloísa Sabin e uma possível entrevista com a mesma;a possibilidade de se estabelecer contato com Jacques Noel Manceau e Maria Eunice Pinto.

 

 

 

 

Ficha Técnica

Entrevista: Anna Beatriz de Sá Almeida e Laurinda Rosa Maciel
Transcrição: Marcello Cappucci Frisoni
Conferência de Fidelidade: Gissele Viana Carvalho
Sumário: Daiana Crús Chagas e Laurinda Rosa Maciel
Resenha Biográfica: Laurinda Rosa Maciel
Número de Fitas: 5
Tempo de Gravação: 4h50min
Local: Porto Alegre, RS
Data: 3/8/2001