Iniciou a carreira profissional em 1977, na CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), em São Paulo, na Divisão de Desenvolvimento Humano para a Gestão Ambiental, com atuação na área de Saúde Pública, Microbiologia e Virologia Ambiental. Suas atividades estiveram ligadas ao controle e proteção da poluição ambiental, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de estudos de vigilância epidemiológica de microorganismos patogênicos no meio ambiente e avaliação da eficácia dos processos de tratamento de água, esgotos e lodos de esgotos na remoção desses microorganismos. Defendeu sua dissertação de mestrado em 1987, na Universidade de São Paulo, e sua preocupação foi a circulação dos enterovírus na rede de esgoto da capital de São Paulo. Sua tese de doutoramento, intitulada “Utilização de análises virológicas de águas de esgoto no acompanhamento de programas de vacinação contra a poliomielite para avaliar a circulação de poliovírus selvagem no meio ambiente ”, foi apresentada na mesma universidade em 1990, aprofundando sua experiência em virologia e microbiologia, além de consolidar uma carreira já bastante profícua na área, com a publicação de inúmeros artigos sobre esta temática. A presença do poliovírus no ambiente foi o tema principal de sua entrevista, sendo tal aspecto muito importante na erradicação da doença e na avaliação dos Dias Nacionais de Vacinação. O estudo e a análise das amostras ambientais são decisivos para a avaliação da eficácia da vacinação, e a contribuição dos profissionais com este perfil foi fundamental para o processo.
Fita 1 Lado A Comentários sobre os pais, irmãos, alfabetização e formação escolar na Zona Norte de São Paulo;a escolha por ciências biológicas no curso colegial;o ingresso em Ciências Biológicas na USP; considerações sobre o currículo do curso;breve comentário sobre o desempenho escolar e a escolha de uma universidade pública de renome;as diferentes áreas do curso de Ciências Biológicas e o interesse por genética;o estágio no Departamento de Histologia da USP e o interesse por células;comentário sobre o professor Flávio Fava de Moraes;o estágio no Laboratório de Microbiologia Ambiental, da CETESB;a experiência como professora de escolas e cursos supletivos;continuação dos comentários sobre o estágio na CETESB e o crescente interesse por microbiologia;o cargo de analista do Laboratório de Bacteriologia na CETESB;a transferência para o Laboratório de Virologia e o estudo da virologia ambiental;a especialização no primeiro curso de virologia ambiental do Brasil, na USP;breve comentário sobre o projeto de pesquisa com plantas medicinais;sua especialização na USP; considerações sobre os profissionais que trabalham com virologia ambiental; comentário sobre a presença de profissionais estrangeiros na USP;referência à experiência com os enterovírus e os primeiros contatos com o vírus da pólio; referência aos exames para medir a contaminação da água por coliformes fecais; comentários sobre o tratamento da água e os agentes patogênicos;menção ao trabalho publicado sobre salmonelas e a cólera;comentários sobre grupos virais e métodos de detecção dos mesmos. Fita 1 Lado B Continuação dos comentários sobre grupos virais e métodos de detecção;o problema da transmissão de vírus por via oral e fecal;referências à amostragem de esgoto e o ciclo do vírus;a questão da poluição da rede de esgoto e a urbanização;considerações sobre o desenvolvimento da virologia e da bacteriologia; comentários sobre o trabalho do virologista e seus cuidados;o meio de cultura de vírus;comentários sobre o método de plaqueamento e as unidades formadoras de placas de vírus;referência à classificação de enterovírus;recapitulação sobre o ciclo dos vírus no esgoto;comentários sobre a pós-graduação no Instituto de Ciências Biomédicas e o estudo do enterovírus;novas considerações sobre a graduação em Biologia, no Instituto de Biociências;seu estudo sobre os poliovírus tipo 1, 2 e 3 e o método para detectá-los;menção aos Dias Nacionais de Vacinação contra a pólio em 1980; o prolongamento do período das campanhas;longos comentários sobre as primeiras campanhas de vacinação;seu estágio no Instituto Nacional de Meio Ambiente e Saúde Pública, na Holanda; comentários sobre o “método de Elisa ”; suas experiências como consultora pela OPAS e pela OMS na área ambiental e o curso na Bolívia;menção à pós-graduação;referência à diretora do Centro de Vigilância Sanitária e às reuniões com equipes do Ministério da Saúde. Fita 2 Lado A Comentário sobre o processo de certificação da erradicação do vírus selvagem da poliomielite;menção à reunião na Colômbia com a equipe do Ministério da Saúde;comentário sobre o uso de sua tese na erradicação da poliomielite na América Latina;a averiguação dos índices de vigilância epidemiológica ambiental;a detecção do poliovírus vacinal circulante;as transformações tecnológicas no campo da virologia, em especial a biologia molecular;as viagens para o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), em Atlanta, e o trabalho com Olen Kew sobre a técnica de PCR; referência ao trabalho de adaptação, implementação e aplicação desta técnica no Brasil;menção à técnica de hibridização em dot bloot e ao seu doutoramento; comentários sobre o trabalho de consultoria em virologia ambiental em vários estados do Brasil e na América Latina, principalmente na Colômbia;comentários sobre o último caso de pólio no Brasil, em Souza, na Paraíba, e o último na América Latina;as reuniões em Genebra para consultoria da Rede de Laboratórios de Pólio;novas considerações sobre a repercussão da tecnologia desenvolvida para o combate à pólio;a relação entre o trabalho como consultora e como funcionária da CETESB;a mudança de enfoque no trabalho da CETESB para além da área ambiental;comentário sobre o convênio com a Japan International Cooperation Agency (JICA);os cursos para controle de poluição e as parcerias desenvolvidas pela CETESB. Fita 2 Lado B Continuação dos comentários sobre os cursos, o convênio com a JICA e a sua viagem para estudos no Japão;as atividades de docente nos cursos de pós-graduação na USP, na Faculdade Santa Cecília e na Unicamp;considerações sobre o Curso de Gestão Ambiental; os trabalhos apresentados em eventos científicos;a organização do Congresso de Microbiologia em 1996;o trabalho científico desenvolvido em uma agência ambiental;comentário sobre a pesquisa de mestrandas na universidade;considerações sobre a previsão para a erradicação mundial da pólio e o caso da Holanda;os países com casos de pólio e a situação daqueles com o Certificado de Erradicação;as motivações pessoais para trabalhar com a pólio e as seqüelas deixadas por ela;observações sobre a relevância do projeto de pesquisa “A história da poliomielite e de sua erradicação no Brasil ” e a importância dos projetos de preservação da memória desenvolvidos no Brasil.
Entrevista: Laurinda Rosa Maciel
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