O fato de seu pai ser austríaco levou-o para a Universidade de Viena, em 1960, com uma bolsa de estudos por um ano, onde trabalhou principalmente com poliomielite. Ao voltar, foi convidado por Joaquim Tavares da Rosa para trabalhar como bolsista no recém-criado Laboratório de Poliomielite, no IOC, dirigido por Laura Queiroga. Esse laboratório, montado com apoio da OPAS, tinha por finalidade estudar a pólio, identificar o vírus circulante e fazer a diluição e o controle de qualidade da vacina Sabin, recentemente introduzida no país. O laboratório foi fechado em meio aos turbulentos anos 1960 e Hermann Schatzmayr teve a oportunidade de alguns anos mais tarde, retomar o seu trabalho remontando o Laboratório de Poliomielite no Departamento de Ciências Biológicas, da ENSP. Sua tese de doutorado também foi sobre poliomielite; com o título Inibidores para o vírus da poliomielite em soros de bovinos, defendeu na Universitat Giessen, Alemanha, em 1966. Em 1977, o laboratório voltou para o Instituto Oswaldo Cruz, tornando-se laboratório central para enterovírus, do Ministério da Saúde, com a denominação de Laboratório de Enterovírus. O laboratório teve destacado papel em todo o processo de erradicação da poliomielite no Brasil e nas Américas, sendo, em 1985, considerado de referência para a OPAS/OMS no diagnóstico de poliovírus. Hermann Schatzmayr fez sua carreira de virologista na Fundação Oswaldo Cruz, é pesquisador de renome internacional, membro do Comitê de Experts da OMS que discute a erradicação dos exemplares existentes do vírus da varíola, tendo inúmeros trabalhos publicados em importantes revistas nacionais e internacionais.
Fita 1 Lado A A graduação em Medicina Veterinária na UFRRJ;o interesse pela microbiologia e a influência do professor Augusto Xavier;o curso de especialização em Microbiologia na UFRJ;o trabalho na Universidade de Viena em 1960 e a produção da vacina da poliomielite;a volta para o Brasil e o trabalho na Fiocruz;o interesse conjugado da OPAS e do Ministério da Saúde na montagem do laboratório de pólio na Fiocruz;a equipe de virologista;referência à alta incidência de pólio e às epidemias;o Hospital Jesus e a utilização do pulmão de aço; menção a Itamara Meilman;a mudança na direção da Fiocruz em 1964 e o declínio do laboratório;a contribuição na montagem do laboratório Noel Nutels para diagnóstico de pólio;a bolsa de doutorado na Alemanha em 1965; a volta ao Brasil, a ida para a ENSP e a montagem do laboratório de pólio;a coordenação do Programa de Vírus no IOC e a implantação de laboratórios;o surto de pólio e a contribuição do grupo em aumentar o poliovírus tipo 3 na formulação da vacina.
Fita 1 Lado B Comentários sobre a tese de livre-do-cência sobre virologia da água da baía de Santos;a pesquisa na água da praia e a identificação do vírus da pólio em esgoto;a busca de nova tecnologia laboratorial e o apoio e financiamento de ONG, e do Rotary Club com bolsas;referência ao Centro Nacional de Poliomielite dirigido por Edson da Silva;comentário sobre o Programa de Erradicação da Pólio da OPAS;considerações sobre os laboratórios do Brasil e a busca de padronização;João Baptista Risi Júnior e a implantação dos Dias Nacionais de Vacinação;referência aos casos de pólio em 1989;o IOC e a chefia de uma coordenação especial para organizar a BioManguinhos e o projeto de ampliação da produção de vacinas;menção a Akira Homma;a produção de manuais e revistas sobre as novas técnicas de pesquisa em pólio. Fita 2 Lado A Continuação dos comentários sobre os laboratórios brasileiros;referência à gestão de Francisco Rocha Lagoa e à destruição do laboratório de virologia e de microbiologia;o grupo de esquerda na Fiocruz e as cassações durante a ditadura militar;o impacto do golpe de 1964 e a situação política dentro da Fiocruz;a gestão de Vinícius da Fonseca e a renovação da infra-estrutura da Fundação e a criação de Far-Manguinhos e Bio-Manguinhos;menção a José Rodrigues Coura, Carlos Médicis Morel, Sérgio Arouca, Mitiko Fujita e Edson Elias da Silva; o Centro de Referência de Poliomielite e a gestão como presidente da Fiocruz; a participação na comissão técnica da Biossegurança. Fita 2 Lado B Comentários sobre a questão da Biossegurança na Fiocruz e a implantação do plano de saúde –Fio-Saúde;comparação entre o processo de erradicação da varíola e da pólio;o novo método de diagnóstico rápido da pólio (PCR);a diferenciação do vírus selvagem e vacinal e a modificação na vacina;o caso do Haiti;a discussão em torno da destruição do vírus da pólio após a erradicação no mundo; considerações sobre a reimplantação da dengue nas Américas e a situação do Rio de Janeiro;crítica em relação à liderança política de combate à dengue.
Entrevista: Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo do Nascimento
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