Resenha Biográfica
Sumário das Entrevistas
Ficha Técnica

 



 

 

 

Resenha Biográfica

Mozart de Abreu e Lima é dentista e administrador de empresas, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, respectivamente nos anos de 1960 e 1971. Faz parte de uma geração de profissionais ligados ao Centro de Planejamento sobre a América Latina (CEPAL)e tem formação também em Planejamento da Saúde pela OMS/OPAS. Trabalhou na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) na década de 1960 e nos primeiros anos de atividades da Central de Medicamentos (CEME). Logo após, trabalhou no Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN)até 1978.

Ocupou o cargo de secretário-geral do Ministério da Saúde durante toda a gestão do ministro Waldir Arcoverde (1979-1985). Um homem do planejamento, respeitado tanto pelos grupos conser vadores quanto pelos grupos que defendiam uma reforma sanitária no país, Mozart Lima teve um papel fundamental na arquitetura político-administrativa do Ministério. Compuseram a equipe do Ministério técnicos oriundos da SUDENE que traziam “a força da inovação dos processos administrativos, sobretudo do planejamento ”, técnicos do Rio Grande do Sul que, nacionalmente, tinham a experiência mais avançada em termos de vigilância epidemiológica e técnicos da FSESP, que possuíam grande conhecimento da realidade brasileira e de estratégias de controle de doenças, incluídas as preveníveis por imunização.

Mozart de Abreu e Lima foi figura fundamental no período em que a epidemia de pólio no Paraná foi alvo de reportagem no Jornal Nacional, alertando para a situação nacional da doença e atuando na equipe do ministro Arcoverde para discutir o problema e a proposta de implantação dos Dias Nacionais de Vacinação. Mozart de Abreu e Lima foi um executivo do Ministério da Saúde que tinha forte liderança nos estados e em todo o processo da reforma sanitária empreendida na década de 1980, e mesmo estando no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)acompanhou o desenrolar das propostas da VIII Conferência Nacional de Saúde. Teve passagens pelo Ministério do Trabalho, foi consultor nacional da Representação da OMS/OPAS e atualmente é membro do Conselho Nacional de Saúde.

 

 

 

 

Sumário das Entrevistas

Fita 1 Lado A

Breve comentário sobre sua formação em Odontologia;a entrada na SUDENE;o curso de especialização em técnico de isolamento econômico, pela SUDENE; comentários sobre o direcionamento dado por Celso Furtado para a formação de profissionais na SUDENE;a estrutura do curso e as diversas áreas que podiam participar dessa capacitação; menção a Carlos Lessa;as atividades no Projeto Nova Duque de Conquista da Fronteira Agrícola no Maranhão;comentário sobre a proposta da SUDENE em capacitar profissionais para a atuação no setor de saúde em articulação com a preocupação pelo desenvolvimento social do Nordeste;a atuação de Carlyle Guerra de Macedo;continuação do relato sobre a estrutura de funcionamento da SUDENE na montagem de estruturas para o setor de saúde no Nordeste; a questão da articulação da SUDENE com outros órgãos do governo;a mudança para a Central de Medicamentos (CEME);a criação do Plano Diretor de Medicamento do Brasil e as condições para sua implementação;a questão da origem das vacinas aplicadas nas Campanhas de Imunização;o trabalho da CEME como articuladora dos diversos laboratórios que forneciam as vacinas para o Ministério da Saúde;breve comentário sobre a passagem pelo INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição)e pela coordenação do Centro Nacional de Recursos Humanos do IPEA;o papel da CEME como articuladora de programas de produção de vacina para uso humano;exemplo de planejamento estratégico para um programa de vacinação anti-rábica;os recursos de que dispunha a CEME para atuar no planejamento estratégico de programas com distribuição de medicamentos essenciais;a cooperação com a Fundação SESP no programa de vacina anti-rábica; comentário sobre o trabalho coordenado com o Ministério da Saúde na organização de Centrais de Armazenamento e Distribuição;a coordenação deste trabalho junto com a Fiocruz;menção ao Instituto Adolfo Lutz;considerações sobre o apoio da OPAS;a criação do PNI e a coordenação e distribuição de vacinas pela CEME;menção ao ministro da Saúde Waldir Arcoverde;considerações sobre a confiança que os militares depositavam no trabalho realizado pela CEME;menção a militares que deram sustentação ao projeto junto ao governo; comentário sobre a articulação com os militares e a autonomia da CEME;menção ao ministro Leitão de Abreu;considerações sobre o Plano Diretor e sobre a experiência em articulação política adquirida na SUDENE;comentário sobre a perseguição dos militares à SUDENE e aos profissionais que tiveram de se exilar fora do país;considerações sobre as perseguições no Governo Emílio Garrastazu Médici;menção a Carlyle Guerra de Macedo;considerações sobre a utilização pelo governo militar de uma nova organização de recursos humanos para desestruturar a SUDENE;discussão sobre o plano de cargo de salário.

Fita 1 Lado B

Continuação da discussão sobre o plano de cargo de salário;comentários sobre o trabalho desenvolvido na SUDENE quando de sua transferência para a CEME;considerações sobre sua facilidade na coordenação junto aos estados em função do trabalho na SUDENE;o trabalho no Ministério da Saúde depois da saída da CEME;considerações sobre sua ética no trabalho público;comentário sobre Waldir Arcoverde;o trabalho de Carlyle Guerra de Macedo recebendo exilados brasileiros no Chile para realocá-los em uma Organização Internacional de Saúde;menção ao general Golbery do Couto e Silva;consideração sobre as condições em que assumiu o cargo de secretário-geral no Ministério da Saúde; a reorganização interna do Ministério da Saúde e a criação do Grupo de Trabalho Interpenetrante (GTI);comentário sobre o modelo de ação interna baseado na experiência “Vietcongue ”; relato sobre a experiência de trabalho e a reorganização do Ministério da Saúde;considerações sobre os profissionais que atuavam no Ministério da Saúde e sobre as modificações em sua administração;considerações sobre a importância da experiência adquirida no IPEA;o IPEA como exemplo de órgão público que mantinha contato com a sociedade, durante o período militar;comentários sobre a administração do ministro João Paulo dos Reis Velloso e sobre o Governo Ernesto Geisel;relato das questões que cercaram o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher;negociação com Dom Luciano Mendes de Almeida; menção à senadora Eunice Mikiri, a Ana Costa e a Waldir Arcoverde;comentário sobre a integração da CEME com o Programa Nacional de Imunizações (PNI); menção a João Felício Scarlate;a manutenção da estrutura do Ministério da Saúde e a operacionalização do trabalho através dos GTIS;relato de exemplos de onde se desenvolveu a interação arrolada pelos GTIs, como na produção de vacinas contra o sarampo;comentário sobre a primeira aplicação da teoria dos GTIs na Fundação Getúlio Vargas por Paulo Mota.

Fita 2 Lado A

Comentários sobre a estrutura interna do Ministério da Saúde e sobre a Comissão Interministerial de Planejamento (CIPLAN);comentário sobre os primórdios do SUS em âmbito municipal; comparação entre o trabalho articulado desenvolvido na CEME e a criação do SUS sem uma estrutura intra-setorial; considerações sobre o trabalho com saúde no Brasil atualmente;considerações sobre Planos Integrados e Ações Integradas de Saúde;comentário sobre o combate à poliomielite durante sua gestão como secretário-geral no Ministério da Saúde; menção ao ministro Waldir Arcoverde ; a postura de Albert Sabin contra o Ministério da Saúde;considerações sobre a ligação de Albert Sabin com a condessa Pereira Carneiro e o grande apoio da mídia contra o ministro;o trabalho para articular uma campanha de combate à poliomielite;Albert Sabin e a proposta de utilização da vacina oral e da implementação dos Dias Nacionais de Vacinação;o apoio do presidente João Batista de Figueiredo ao Ministério da Saúde;a decisão de organizar a campanha pelos estados;comentário sobre a conferência para organizar a questão da saúde no Brasil e a decisão de implementar um Dia Nacional de Vacinação;relato da estrutura logística empregada para viabilizar a campanha pelos estados;breve comentário sobre a mobilização social; consideração sobre as divergências dentro do governo acerca deste modelo de campanha e a disposição do governo em viabilizá-la.

Fita 2 Lado B

Continuação dos comentários sobre a estrutura necessária para implementar o Dia Nacional de Vacinação e sua organização pelos estados;relato dos meios de comunicação utilizados nesse processo;comentário sobre o abastecimento de vacinas pelo Brasil e no exterior, e seu transporte por via aérea;menção a Aldo Villas Boas;considerações sobre a mobilização dos agentes do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde no dia da campanha de vacinação.

Fita 3 Lado A

Considerações sobre o início das atividades no Ministério da Saúde e sobre a epidemia de poliomielite;relato sobre a criação do Dia Nacional de Vacinação; a reestruturação no Ministério para o combate à epidemia;considerações sobre os epidemiologistas do Rio Grande do Sul;menção a Waldir Arcoverde, a José Fiúza Lima, a Germano Bonow, a Cláudio da Silveira, a Moacyr Scliar e a João Baptista Risi Júnior;considerações sobre a estrutura da equipe reunida pelo Ministério da Saúde para combater a epidemia de pólio;considerações sobre a parceria com a Fundação Oswaldo Cruz;considerações sobre a nova estrutura de funcionamento do Ministério da Saúde;a experiência de Albert Sabin na consolidação da nova equipe;considerações sobre os integrantes da equipe;comentário sobre a origem da idéia do Dia Nacional de Vacinação;as divergências entre Albert Sabin e a equipe do Ministério da Saúde;comentário sobre as reuniões efetuadas para organização do combate à pólio;a decisão de organizar o primeiro Dia Nacional de Vacinação; o conflito de Albert Sabin com os dirigentes do Ministério da Saúde;considerações sobre a participação da imprensa e a estratégia desenvolvida para dar fim às divergências;comentário sobre os recursos financeiros de que dispunha a campanha;considerações sobre a parte financeira e o trabalho de remanejamento de recursos para o projeto;menção ao ministro Antônio Delfim Neto, ao secretário-geral do Ministério e ao secretário de Orçamento do Ministério do Planejamento;considerações sobre a vacina utilizada na campanha.

Fita 3 Lado B

Continuação das considerações sobre a vacina utilizada na campanha;considerações sobre a projeção de vacinas que se pretendia alcançar no Dia de Vacinação; a questão da estatística populacional; considerações sobre a distribuição de vacinas pelos municípios;comentário sobre os meios de comunicação de que dispunham para a campanha;colaboração das instituições Lyons Club e Rotary Club;o papel da Associação Brasileira de Radioamadores na mobilização da sociedade;considerações sobre a administração e o gerenciamento das atividades envolvidas na campanha;o controle dos aeroportos para transporte de vacinas;considerações sobre o sucesso do primeiro Dia Nacional de Vacinação; considerações sobre o impacto positivo da campanha de vacinação na decisão do Governo João Batista de Figueiredo de mudar a postura;considerações sobre a estatística da vacinação no primeiro dia de campanha;menção ao ministro da Educação;consideração sobre a questão do “campanhismo ” e a formulação de outros projetos no Ministério da Saúde durante as campanhas;o projeto Periurbano;o impacto da Campanha de Imunização contra a Poliomielite entre os epidemiologistas;considerações sobre as possibilidades criadas pelo modelo de integração com os estados para a saúde pública no Brasil e em outros projetos do Ministério da Saúde;menção ao Projeto Saúde da Família;menção ao cardiologista Geniberto Paiva Campos; comentário relacionando a estratégia das campanhas e o trabalho nos Centros de Saúde;comentário sobre os projetos do Ministério da Saúde no campo epidemiológico;considerações sobre a divulgação dos projetos integrados desenvolvidos pelo Ministério.

Fita 4 Lado A

Continuação dos comentários sobre os projetos desenvolvidos pelo Ministério da Saúde;a relação entre o desenvolvimento dos projetos e os recursos da Previdência Social;comentário sobre o início do SUS;considerações sobre a importância deste período em sua vida;as dificuldades de implementar programas de base social durante a ditadura militar;comentários sobre a relação entre o Movimento Feminista e o Programa de Saúde da Mulher;considerações sobre o desenvolvimento do Programa de Saúde da Mulher e seus colaboradores;menção a Eliana Tadei, a Ana Segal e a Ana Costa;menção a Dom Luciano Mendes de Almeida e à posição do CNBB com relação às políticas do programa;considerações sobre sua aproximação com a Igreja Católica e com a Teologia;breve comentário sobre o papel de Dom Luciano Mendes de Almeida no contexto da ditadura militar;considerações sobre a continuidade das atividades implementadas na primeira campanha e nos demais Dias Nacionais de Vacinação; considerações sobre a participação da sociedade nas campanhas seguintes; a implementação de campanhas contra outras doenças, como o sarampo; o início da experiência com a multivacinação;comentário sobre o trabalho desenvolvido no IPEA;menção a João Baptista Risi Júnior;considerações sobre o papel do IPEA junto à Secretaria de Planejamento e no levantamento de recursos para os projetos do Ministério da Saúde;as atividades no Ministério de Planejamento em relação às políticas de seguridade social;comentário sobre sua passagem pelos governos de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco;considerações sobre o trabalho desenvolvido no Ministério do Trabalho;referência ao Grupo Executivo Interministerial de Saúde do Trabalhador (GEISAT); comentário sobre as atividades no Ministério do Trabalho;considerações sobre a necessidade da atuação conjunta dos Ministérios;considerações sobre a importância da Unidade Tática coordenando o planejamento e a execução das propostas;a efetivação de planejamentos ao longo de sua carreira;as atividades no Conselho Nacional de Saúde.

Fita 4 Lado B

Continuação do comentário sobre suas atividades no Conselho Nacional de Saúde;considerações sobre sua preocupação com o alcance social dos programas governamentais;o lugar do cidadão nas políticas do governo;comentário sobre instituições que representam a sociedade civil, como a Fiocruz, o CNBB e a OAB, dentre outras;comentário sobre o papel do Conselho Nacional de Saúde;a atuação do Conselho junto aos órgãos do governo;considerações sobre a criação da Política de Medicamentos Genéricos; a tramitação política pela aprovação da Lei de Genéricos;menção a José Pinotti; menção à deputada federal do PCdoB Jandira Feghali;a questão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)como verba destinada à saúde;considerações sobre o labor político em vistas de implementar medidas de saúde;comentários finais sobre sua atuação no Conselho e sobre a entrevista.

 

 

 

 

Ficha Técnica

Entrevista: Anna Beatriz de Sá Almeida e Dilene Raimundo do Nascimento
Transcrição: Rosa M J Dutra
Conferência de Fidelidade: Ives Mauro Junior
Sumário: Daiana Crús Chagas e Dilene Raimundo do Nascimento
Resenha Biográfica: Dilene Raimundo do Nascimento
Número de Fitas: 4
Tempo de Gravação: 3h20min
Local: Rio de Janeiro, RJ e Brasília, DF
Data: 12/4/2002 e 7/5/2002