Seus “primeiros passos ” na prática médica foram dados enquanto ainda era estudante, no Hospital Getúlio Vargas, onde ficou por sete anos. Realizou vários estágios não remunerados, inclusive no ser viço do professor Luiz Feijó, no Hospital Moncor vo Filho. Assim que se formou, foi trabalhar como pediatra no Hospital Jesus, no qual, por ser um hospital que realizava cirurgias ortopédicas e reabilitação, a demanda de crianças com seqüelas de poliomielite era imensa. A população conhecia o Hospital Jesus, nas décadas de 1950 e 1960, como o hospital que tratava poliomielite. Oacyr de Almeida adquiriu grande experiência na doença, mas, segundo ele, sempre dava um sentimento de impotência diante de uma criança com seqüelas graves de pólio. Considera que o impacto da doença na criança, então, era dramático. A internação no hospital implicava o afastamento de casa e a entrada em um ambiente estranho, com gente estranha. Se necessitasse de pulmão de aço era pior, atemorizante. O barulho que fazia;e a criança ficava presa naquela máquina dia e noite. Na sua opinião, a experiência devia ser muito traumatizante e muito marcante para o resto da vida. Foi diretor da Divisão Médica do Hospital Jesus, entre os anos de 1971 e 1974, e, em substituição a Itamara Meilman, chefiou o Centro de Tratamento da Poliomielite deste mesmo hospital, de 1975 a 1987, aposentando-se em 1991. Por encarar diariamente as situações dramáticas das crianças seqüeladas de pólio, tornou-se um grande defensor da vacina, ao ver o declínio da doença como resultado das vacinações.
Fita 1 Lado A Considerações sobre a família, a infância e o período escolar;o vestibular para Medicina e a influência do seu pediatra na escolha da especialização;a trajetória como acadêmico e os estágios no Hospital Getúlio Vargas e na Maternidade Fernandes Magalhães;menção ao professor Orlando Olandi;referência ao concurso público em 1963;menção ao governador Carlos Lacerda;referência ao título de Pediatria e Puericultura;considerações sobre seu curso médico;menção a Athayde Fonseca, chefe da Pediatria do Hospital Jesus;considerações sobre as atividades exercidas por seus pais;o trabalho no Hospital Jesus como estagiário, de 1959 a 1962, e como funcionário a partir de 1963;referência à Divisão Médica e à Campanha Nacional de Vacinação;a carreira no Hospital Jesus;a alta incidência de tuberculose;menção à Favela Esqueleto;menção ao diretor Pedro de Castro Filho e ao chefe da Clínica Médica Athayde José da Fonseca;o Centro de Tratamento de Seqüela de Pólio no Hospital Jesus;menção ao pulmão de aço;o Comitê de Doenças Infecciosas e a direção da Divisão Médica do Hospital Jesus;considerações sobre o impacto da poliomielite no grupo médico e na criança. Fita 1 Lado B Continuação dos comentários sobre o impacto da pólio na família do doente e na sociedade;abordagem do início da vacinação contra a pólio em 1954 nos Estados Unidos, com a vacina Salk, e no Brasil;a opção pela vacina Sabin e a polêmica em relação à eficácia das duas vacinas; menção ao Laboratório Central de Saúde Pública;referência às doenças da época, como Guillan Barré, Mielite Transversa e outras menos comuns;o diagnóstico da pólio no Hospital Jesus;o ambiente físico e emocional para as crianças no hospital;a equipe médica;a importância do acompanhamento da mãe;menção a Athayde Fonseca;a notificação da pólio e a Campanha Nacional de Vacinação;a utilização do pulmão de aço e o desenvolvimento dos respiradores. Fita 2 Lado A Comentários sobre a reabilitação da criança na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR);as limitações do pulmão de aço;a estatística de óbitos dos casos de poliomielite;menção a Itamara Meilman e ao Centro de Internação de Poliomielite Aguda (CIPA);o Hospital Jesus como Centro de Referência de Poliomielite Aguda Infantil;menção aos registros de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro;considerações sobre a demanda, os leitos e a quantidade de pulmões de aço;referência a sua aposentadoria em 1991;o Centro de Tratamento de Pólio do Hospital Jesus e sua equipe;menção ao aparelho alemão Drager;a campanha de vacinação e a criação do PNI;nova referência a Itamara Meilman;a ida ao Hospital das Clínicas da USP para conhecer o Centro de Tratamento;o impacto do programa de controle da pólio e o decréscimo dos casos suspeitos a partir de 1980;menção a José Assad; a extinção do Centro de Tratamento de Pólio, em 1985;menção a Itamara Meilman, Pedro Carlos Farese e Arcelino Bitar;menção aos casos de pólio mais significativos da sua vida profissional. Fita 2 Lado B Continuação das considerações sobre os casos de pólio ocorridos no Hospital Jesus e que marcaram a sua carreira;comentários sobre a erradicação da pólio e do sarampo.
Entrevista: Ângela de Araújo Porto e Dilene Raimundo do Nascimento
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